Face ao enorme aumento do preço dos combustíveis, cerca de 14 cêntimos no preço do gasóleo e 9 cêntimos no preço da gasolina, que se explicam pela invasão da Rússia à Ucrânia, os Senhores Ministros da Finanças e do Ambiente anunciaram medidas que visam mitigar a sua repercussão na “carteira” dos Portugueses.
Para os revendedores este aumento do preço dos combustíveis é prejudicial uma vez que as suas margens são fixas em cêntimos, e não percentuais, o que implica menor lucro pois o aumento implica menor quantidade de litros vendida.
Por outro lado, o aumento vem deixar ainda mais desprotegidos e em situação financeira preocupante os chamados “postos de fronteira” pois acentuar-se-á a diferença dos preços para os preços praticados em Espanha.
Do ponto de vista da análise das medidas anunciadas a ANAREC conclui que as mesmas são insuficientes e mais uma vez de caráter temporário que não permitem uma solução definitiva do verdadeiro problema do preço dos combustíveis que é a carga fiscal pesadíssima que incide sobre gasolina e gasóleo.
As medidas ora anunciadas, bónus no Autovoucher de 20€ em Março, alargamento até Junho da devolução do ganho extra de IVA com o ISP e congelamento do aumento da taxa de carbono, também, até Junho, em quase nada irão aliviar ou solucionar os problemas do setor.
Já no caso dos transportes públicos verifica-se um aumento do apoio por parte do Governo aos táxis e autocarros e não inclui os transportadores e distribuidores de produtos essenciais como é o caso dos distribuidores de garrafas de gás.
Em suma, uma vez mais o Governo toma medidas que não solucionam a dinâmica do mercado dos combustíveis nem previnem eventuais aumentos que possam ocorrer de futuro.
A ANAREC reitera o que já deixou dito nas suas várias intervenções, para este enorme aumento dos preços impunha-se uma diminuição significativa dos impostos ao nível do ISP para que o aumento se esbatesse no preço no ato do abastecimento.
Lisboa, 5 de Março de 2022
A Direcção da ANAREC